quinta-feira, outubro 16, 2008


Uma conexão existe entre o tratamento de mulheres e o tratamento de animais. Em seu tradicional papel exibicionista, mulheres são simultaneamente fitadas e expostas, com sua aparência codificada para forte impacto visual e erótico para que possa ser dito que elas conotam “fitabilidade”. Esta dificuldade em perceber o quanto a subjetividade confia nesta “fitabilidade” também explica a atração de uma campanha “nua”, porque ela vai ter atenção da mídia, já que a mídia é a fonte primária de encorajamento da “fitabilidade” da mulher. O ponto de interseção é o uso pornográfico da bestialidade, no qual aquelas e aqueles de nós de atividade no movimento contra violência contra mulheres sabemos que é frequentemente uma ocasião para violentadores/estupradores maritais forçarem sexo entre um animal e sua parceira feminina. Eles tentam reproduzir a pornografia que consomem.Dada esta análise, a campanha “eu prefiro ir nua do que usar pele” é intrinsicamente problemática, provocando um debate de meios/fins entre nós. Esta é uma razão pela qual a campanha “nua” é tão perturbadora: um grupo aliado, muito familiarizado com a experiência de Linda Lovelace, é agora apresentado com uma campanha que anuncia que direitos animais não compreendem a objetificação de mulheres em geral, e especificamente sobre a origem do patriarcado na opressão de animais.


- Carol Adams

Carol Adams - Seres Humanos como Predadores


A Construção Social de Corpos Comestíveis e Seres Humanos como Predadores

Carol J. Adams - Ecofeminism and the Eating of Animals. Hypathia, No. 6, 1991, pp. 134-137.

Nós somos predadores ou não somos? Em uma tentativa de nos ver como seres naturais, algumas pessoas argumentam que seres humanos são simplesmente predadores como alguns outros animais. Vegetarianismo é então visto como não natural, enquanto o carnivorismo dos outros animais é transformado em paradigmático. Direitos animais são criticados “porque não entendem que uma espécie apoiando ou sendo apoiada por outra é a forma natural de sustentação da via” (Ahlers 1990, 433). As desanalogias mais profundas com animais carnívoros permanecem intocadas porque a noção de seres humanos como predadores é consoante com a idéia de que precisamos comer carne. De fato, o carnivorismo é verdadeiro para apenas 20 por cento dos animais não-humanos. Podemos realmente generalizar desta experiência e alegar sabermos precisamente qual é a “forma natural”, ou podemos extrapolar o papel dos seres humanos de acordo com este pardigma?Algumas feministas argumentam que comer animais é natural porque nós não temos os estômagos duplos dos herbívoros ou dentes trituradores chatos e porque chimpanzés comem carne e a consideram uma iguaria (Kevles 1990). Este argumento da anatomia envolve filtração seletiva. De fato, todos os primatas são primariamente herbívoros. Apesar de alguns chimpanzés terem sido observados comendo carne morta – no máximo, seis vezes ao mês – alguns nunca comem carne. Corpos mortos constituem menos de 4 por cento da dieta do chimpanzé; muitos comem insetos, e eles não comem laticínios (Barnard 1990). Isto soa como a dieta dos seres humanos?






Chimpanzés, como a maioria dos animais carnívoros, são aparentemente melhor adaptados a capturar animais do que seres humanos são. Nós nos movimentamos muito mais devagar que eles. Eles tem dentes caninos de longa projeção para rasgar pele; todos os hominóides perderam seus caninos de longa projeção há 3,5 milhões de anos atrás, aparentemente para permitir mais ação esmagadora consistente com uma dieta de frutas, folhas, nozes, verduras e legumes. Se nós conseguirmos capturar presas animais nós não poderemos rasgar suas peles. Quando seres humanos viviam forrageando e óleo era raro, a carne de animais mortos era uma boa fonte de calorias. Pode ser que o aspecto de “iguaria” da carne tenha a ver com uma habilidade de reconhecer fontes densas de calorias. Entretanto, nós não mais temos necessidade de fontes tão densas de calorias como gordura animal, já que nosso problema não é a falta de gordura mas gordura demais.Quando se argumenta que comer animais é natural, se presume que devermos continuar consumindo animais porque isto é o que nós requeremos para sobreviver, sobreviver de uma forma consoante com uma vida desimpedida por limitações culturais artificiais que nos privam da experiência de nosso eu verdadeiro. Mas como sabemos o que é natural quando se fala em alimentação, tanto por causa da construção social da realidade e do fato de que nossa história indica uma mensagem muito confusa sobre comer animais? Algumas pessoas o fizeram; a maioria não o fez, pelo menos a algum alto grau.




O argumento sobre o que é natural – ou seja, de acordo com seu significado, não culturalmente construído, nem artificial, mas algo que no retorna ao nosso eu verdadeiro – aparece em um contexto diferente que sempre atiça as suspeitas de feministas. Frequentemente é argumentado que a subordinação da mulher ao homem é natural. Este argumento tenta negar a realidade social através da apelação ao “natural”. O argumento do predador “natural” igualmente ignora a construção social. Já que comemos cadáveres de uma maneira bem diferente do que os outros animais – desmembrados, não mortos frescos, não crus, e com outros alimentos presentes – o que o faz natural?




Carne é uma construção social criada para parecer natural e inevitável. Na época em que o argumento da analogia com animais carnívoros é feita, o indivíduo fazendo tal argumento provavelmente consumiu animais desde antes do tempo em que ela ou ele podia falar. Racionalizações para o consumo de animais foram provavelmente oferecidas quando este indivíduo à idade de quatro ou cinco anos estava desconfortável com a descoberta de que a carne vem de animais mortos. O gosto do corpo morto precedeu as racionalizações, e ofereceu uma forte fundação para acreditar que as racionalizações eram verdadeiras, e pessoas nascidas nas últimas décadas enfrentaram o problema adicional de que, enquanto cresciam, carne e laticínios haviam sido canonizados como dois dos quatro grupos alimentares básicos. (Isto ocorreu nos anos 1950 e resultaram de pressões da indústria de laticínios e da carne. Na virada do século haviam doze grupos alimentares básicos.) Logo, indivíduos que não haviam experimentado gratificação no paladar ao comer animais podiam verdadeiramente acreditar no que lhes disseram interminavelmente desde a infância – que animais mortos são necessários para a sobrevivência humana. A idéia de que comer carne é natural se desenvolve neste contexto. Ideologia faz o artefato parecer natural, predestinado. De fato, a ideologia em si mesma desaparece perante a farsa de que esta é uma “questão alimentar”.




Nós interagimos com animais individuais diariamente se os comemos. Entretanto, esta afirmação e suas implicações são reposicionadas para que o animal desapareça e seja dito que estamos interagindo com uma forma de comida que foi nomeada “carne”. Em As Políticas Sexuais da Carne, eu chamo este processo conceitual no qual o animal desaparece de estrutura do referencial ausente. Animais em nome e corpo são feitos ausentes como animais para que a carne exista. Se animais estão vivos eles não podem ser carne. Logo, um cadáver substitui o animal vivo e animais se tornam referenciais ausentes. Sem animais não haveria consumo de carne, no entanto eles estão ausentes do ato de comer carne porque eles foram transformados em comida.Animais são feitos ausentes através da linguagem, que renomeia cadáveres antes que consumidores e consumidoras participem em comê-los. O referencial ausente nos permite esquecer do animal como uma entidade independente. O assado no prato é desencorporado do porco o qual ela ou ele um dia foi. O referencial ausente também nos permite resistir a esforços para fazer animais presentes, perpetuando uma hierarquia meios-fins.O referencial ausente resulta de e reforça o cativeiro ideológico: a ideologia patriarcal estabelece o padrão cultural de humano/animal, cria critérios que posicionam a diferença de espécie como importante em considerar quem pode ser meio e quem pode ser fim, e então nos doutrina a acreditar que precisamos comer animais. Simultaneamente, a estrutura do referencial ausente mantém animais ausentes de nosso entendimento da ideologia patriarcal e nos torna resistentes a ter animais feitos presentes. Isto significa que nós continuamos a interpretar animais da perspectiva de interesses e necessidades humanas: nós os vemos como usáveis e consumíveis. Muito do discurso feminista participa desta estrutura ao falhar em tornar os animais visíveis.




Ontologia recapitula a ideologia. Em outras palavras, a ideologia cria o que parece ser ontológico: se mulheres são ontologizadas como seres sexuais (ou estupráveis, como algumas feministas argumentam), animais são ontologizados como transportadores de carne. Ao ontologizar mulheres e animais como objetos, nossa linguagem simultaneamente elimina o fato de que outra pessoa está agindo como sujeito/agente/perpetrador de violência. Sarah Hoagland demonstra como isto funciona: “João violentou Maria,” se torna “Maria foi violentada por João,” então “Maria foi violentada”, e finalmente “mulher violentada,” e logo “mulheres violentadas” (Hoagland 1988, 17-18). Lembrando violência contra mulheres e a criação do termo “mulheres violentadas,” Hoagland observa que “agora algo que os homens fazem a mulheres se tornou, pelo contrário, parte da natureza da mulher. E nós perdemos consideração de João inteiramente.”A noção do corpo animal como comestível ocorre em uma maneira similar e remove a atuação de seres humanos que compram animais mortos para consumi-los: “Alguém mata animais para comer seus corpos como carne,” se torna “animais são mortos para serem comidos como carne,” então “animais são carne,” e finalmente “animais de carne,” logo “carne”.Algo que fazemos aos animais se torna, pelo contrário, algo que é parte da natureza dos animais, e nós perdemos consideração de nosso papel inteiramente.




Referências


Ahlers, Julia. Thinking like a mountain: Toward a sensible land ethic. Christian Century (April 25): 433-34.


Barnard, Neal. 1990. The evolution of the human diet. In The power of your plate. Summertown, TN: Book Publishing Co.


Hoagland, Sarah Lucia. 1988. Lesbian ethics: Toward new values. Palo Alto, CA: Institute for Lesbian Studies.Kevles, Bettyann. 1990.


Meat, morality and masculinity. The Women's Review of Books (May): 11-12.





Tradução: Coletivo Madu

sexta-feira, junho 20, 2008

Feminismo Pósmoderno e o bem - estar dos animais

"Feminismo Pósmoderno e o bem - estar dos animais"
por: Gary L. Francione no Blog http://www.abolitionistapproach.com/?p=133
tradução de tati (tatiw@riseup.net)

Recentemente, houve um debate no excelente e sempre animado Vegan Freak
Forums entre aquilo que pode geralmente ser caracterizado como "feministas
pós-modernas" e "feministas radicais". Feministas pós-modernas reconhecem
que a escolha de uma mulher para se auto-comodificar (a palavra vem de
commodity ou mercadoria em português) sexualmente pode representar um ato
de empoderamento e não pode ser avaliado em qualquer forma definitivamente
negativa. Estas feministas são frequentemente pró - pornografia, ou pelo
menos não são anti - pornografia. Feministas radicais estão mais
inclinadas a rejeitar a comercialização das mulheres como inerentemente
problemática. Eles são geralmente anti - pornografia e estão
particularmente em oposição à pornografia na qual as mulheres são
representadas como recipientes de tratamento violento ou abusivo. Dizem
que a maior parte dos estereótipos de gênero são prejudiciais para as
mulheres e os homens e procuram minar estes estereótipos. Feministas
pós-modernas muitas vezes argumentam que os estereótipos "femininos"
podem contribuir para a emancipação das mulheres.


Este debate tem alguns interessantes e importantes paralelismos com o
debate sobre a abolição versus bem - estar. Na verdade, pós - modernismo
feminista e bem - estar dos animais são a mesma teoria aplicada em
diferentes contextos.

I. "Feliz" Comodificação: A posição do feminismo pós-moderno tem o efeito
de tornar as pessoas mais confortáveis com a exploração das mulheres. Se
uma mulher decide tornar - se uma trabalhadora do sexo, isso deve ser
considerada como uma escolha empoderadora que as feministas deveriam
apoiar.

O feminismo pós-moderno rejeita fazer qualquer sentença negativa
normativa sobre essas instituições exploradoras ou como afetam as mulheres
de classes econômicas mais baixas que não têm os privilégios das
feministas pós-modernas, que são, na sua maioria, brancas, de classe
média, e bem - educadas.

Dado o selo de aprovação que é colocada sobre a auto - comercialização
pela feministas pós-modernas, é fácil de compreender a reação dos homens
quando a questão da pornografia ou outras formas de exploração surge: "O
que há de errado com ela? As feministas dizem que é bom. " Na semana
passada, uma feminista pós-moderna me disse no Vegan Freak Fórum que eu
era um anti - feminista por causa do meu "desdém vocal" de bares de strip
(nudismo). Quem ler aquela thread pensando em ir para tal lugar recebeu a
aprovação de alguém que se chama uma "feminista" - nada menos de alguém
que diz ser estudante de pós - graduação em um programa de estudos da
mulher. Na verdade, a mensagem foi clara: patronizar um bar de nudismo é
uma forma de mostrar que respeita a decisão que faz uma mulher se engajar
nesse tipo de atividade. Não é apenas ok ir para bares de nudismo; é uma
coisa feminista fazê-lo. Notável.

Gostaria de enfatizar que ninguém está falando sobre criticar ou julgar
individualmente mulheres que fazem tais decisões auto - comodificadoras.
A questão é apenas saber se os que se opõem ao sexismo devem se opor à
estas instituições exploradoras. O feministas pós-modernas dizem que não
devemos fazê - lo; as feministas radicais afirmam que devíamos.

Não é de surpreender que a PETA abraçe a abordagem pós-moderna do
feminismo e incentiva as mulheres a participar de ações exploradoras "para
os animais." Tivemos décadas de *pegadinhas sexistas* da PETA vão desde
"Eu prefiro ir despido do que [preencher o vazio com qualquer coisa] "para
um" Estado da União Despida ", com plena nudez frontal. As feministas
pós-modernistas sempre podem ser contadas para servir como o esquadrão
brincalhão da PETA no caso de radicais feministas salientarem que um
movimento que se opõe à comercialização de não-humanos deverá também opor
- se à comercialização de seres humanos.

E nós podemos ver que o mesmo pensamento que está por trás da abordagem
pós-moderna se reflete diretamente no contexto dos animais com resultados
devastadores. Temos Peter Singer, PETA, HSUS, e virtualmente a quase
totalidade dos principais grupos de proteção dos animais, muitos dos quais
reivindicam a posição de representação dos "direitos dos animais",
argumentando que a exploração dos animais pode ser moralmente defensável
se o nosso tratamento dos animais explorados for " humano". Podemos ser
"onívoros conscientes" e entrar no "luxo" de consumir produtos animais a
partir do momento em que comemos não-humanos abatidos em matadouros
aprovados pela PETA prêmio - vencedor Temple Grandin ou vendidos em lojas
como Whole Foods, declarada pela PETA ter rigorosas normas de proteção dos
animais, ou ovos produzidos em granjas de "gaiolas - livres", etc.

Dado o selo de aprovação de Singer, PETA, etc, é fácil compreender por que
razão, quando tentamos promover o veganismo, muitas vezes nos deparamos
com a resposta: "O que há de errado em comer carne (ovos, queijo, etc .)?
As pessoas dos direitos dos animais dizem que não há problema." PETA diz
que o McDonald's esta "liderando o o caminho" na reforma alimentar da
fast-food e do bem - estar dos animais assim como Jane Goodall é um ícone
Celebridade Apoiadora da Leiteria Stonyfield. O movimento pelo bem -
estar dos animais faz com que as pessoas se sintam mais confortáveis
sobre a exploração animal assim como as feministas pós-modernas fazem as
pessoas se sentirem melhor sobre participar na exploração das mulheres.
Você pode ser uma "feminista", enquanto desfruta de uma dança nua no palco
assim como você pode ser uma pessoa "dos direitos dos animais" quando você
come seus ovos de "gaiola - livre" ou carne que é aprovada por
organizações de proteção dos animais.

Em suma, feministas pós-modernas criaram uma marca de "feliz"
comercialização das mulheres da mesma forma que os que lutam pelo
bem-estar criaram o fenômeno da "feliz" carne e produtos animais. As
feministas pós-modernas muitas vezes convenientemente ignoram o fato de
que as mulheres envolvidas na indústria do sexo frequentemente são
violadas, espancadas, e dependentes de drogas, assim como o do bem-estar
convenientemente ignoram que os produtos animais - inclusive aqueles
produzidos sob circunstâncias mais "humanas" - envolvem um horrível
sofrimento dos animais. E ambos os grupos ignoram que a comercialização
das mulheres e dos animais, independentemente do tratamento, é
inerentemente questionável.

Ambas as posições feministas pós-modernas assim como as novas posições de
bem-estar estão mergulhadas na ideologia do status quo. Ambas reinforçam
a posição padrão de animais como propriedade e mulheres como coisas cuja
personalidade é reduzida para qualquer parte de seu organismo e corpo com
imagens que fetichizamos. Eles apenas colocam uma cara risonha, no que é,
na sua essência, uma mensagem muito reacionária.

Eu preciso notar outra relação direta entre, pelo menos, algumas
feministas e os bem-estaristas. As primeiras têm, por vezes, reivindicado
rejeitar direitos para os animais, porque têm declarado que os direitos
são "patriarcal" e que devemos usar uma "ética do cuidado" para avaliar as
nossas obrigações para com não-humanos. Ou seja, essas feministas negam a
existência de normas universais que proibiriam a nossa utilização de
animais em todas as circunstâncias; sim, a moralidade do animal teria de
ser determinada por olhar para os elementos de uma situação para ver se
determinados valores de cuidar foram preenchidos. É interessante notar
que nenhuma feminista das quais estou ciente sustenta que a moralidade de
estupro é dependente de uma ética do cuidado; todas as feministas alegam
corretamente que estupro nunca é justificável. Mas isso não é diferente
de dizer que as mulheres têm o direito de não serem estupradas. Então
feministas permitem uma proteção do tipo de direitos onde os seres humanos
estão em causa, mas não onde não-humanos estão em causa. Nem todas as
feministas tomam esta posição, mas algumas que se identificam como
defensoras dos animais e algumas bem-estaristas têm reivindicado abraçar a
ética do cuidado como uma alternativa para os direitos dos animais. (Eu
tenho um capítulo sobre os direitos dos animais e da ética do cuidado no
meu próximo livro, como Animais como Pessoas: Ensaios sobre a Abolição da
Exploração Animal).

II. As Regras sobre os Discursos Permitidos: Existem também paralelos
entre as regras do discurso muitas vezes impostas pela feministas
pós-modernas e as bem-estaristas. Ambos os grupos têm uma tendência a
considerar qualquer crítica de sua posição como inaceitável. As
feministas pós-modernas acusam as radicais feministas de serem
"patriarcais", "opressoras", "abusivas", "desempoderadoras", etc, se as
últimas discordam da abordagem da "auto - comercialização como feminismo"
. As bem-estaristas tomam qualquer crítica a respeito da reforma do bem -
estar como um "ataque desproposital", "divisionista", e assim como estar a
"ferir os animais." Tanto feministas pós-modernas quanto bem-estaristas
fazem frequentes apelos à "unidade de movimentos", que é o código para a
posição de que aqueles que discordam devem deixar de discordar e apoiar a
posição feminista pós-moderna ou bem-estaristas. Tentativas por
feministas radicais ou abolicionistas ter um discurso fundamentado sobre
estas questões são rejeitados como inúteis ou elitista "intelectual" ou
"acadêmico" esforços que apenas frustram os esforços para libertar as
mulheres ou não-humanos.

Este estilo de discurso reflete a táctica da direita reacionária.
Qualquer divergência é automaticamente demonizada e tentativas de uma
discussão razoável são fundamentalmente rejeitadas, em favor de "slogans"
e outras retóricas vazia que não fazem nada senão manter a ideologia
dominante da exploração.

É uma pena, mas não surpreendente, que tais táticas terem encontrado seu
caminho em movimentos sociais supostamente progressistas.

Gary L. Francione
© 2007 Gary L. Francione